quinta-feira, 24 de dezembro de 2009


Por vezes, a vida dá-nos mais do que esperamos. Mais do que sonhámos.
Se a vida me tem dado só o que quis... não tinha sido tão feliz, não tinha aprendido, ensinado, crescido, dado, recebido, acertado, errado, ganho, perdido... sofrido tanto.
Se a vida me tem dado o que sonhei...
Nada seria diferente...

Porque a vida é isto mesmo, um monte decisões e indecisões, certezas e dúvidas que nos empurram, ainda que para baixo, sempre para a frente.

sábado, 3 de outubro de 2009

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.



Fernando Pessoa

E assim vai o espírito...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

De volta


Lá começa mais um ano... de trabalho, claro.
Uma porta, sempre aberta, por onde entram alguns ansiosos, uns quantos entusiasmados, dois ou três atrevidos, uns cheios de receios, outros com medo de ser abandonados e outros ainda com mais receio da atenção que podem receber.
Dos pais, nem se fala. Há os que nada esperam da escola e os que esperam soluções milagrosas para o que lhes falta nas vidas.
Todos cheios de sentimentos para partilhar, bons ou maus, pouco importa. Tudo se partilha, mesmo quando as vontades são pequenas.
É sempre a mesma coisa quando o ano começa.
O medo agiganta-se.
As dúvidas multiplicam-se.
Saberei valorizar o que têm para me ensinar?
Conseguirem dar-lhes o que precisam?
A sensação de segurar nas mãos a responsabilidade do sucesso destes meninos pesa mais do que imaginava quando comecei estas andanças.
Esta é a consciência de todos os que querem ser professores... mas depois há ministros que nos distraiem enquanto os meninos nos entram pelas salas ansiosos, entusiasmados, atrevidos, receosos e cheios de esperança.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Imagens... para quê?!

Tenho um amigo... Ou não tenho?!
Sei que ele quer ser meu amigo, acho que já é.
Eu estou a aprender a ser sua amiga, porque ser amigo nem sempre é fácil e há amigos difíceis de aprender a gostar. Sim, porque é preciso saber gostar.
E enquanto penso que ainda não aprendi, o amigo deixa-me lágrimas nos olhos.
Porque este homem é mulher no sentir.

Então e a dor?
Acham que conhecem a dor?
Por acaso a sentiram alguma vez, nas tripas, ao ponto de nem conseguirem gritar?
A dor de entender um pouco, ou de não gostar de como isto tudo é, ou de gostar demais que é a mesma coisa, a dor de estar a torcer-me de dores por já não conseguir sentir dor, a dor de estender-me para ti, e para ti, e para ti, e tu não estares lá, a dor de querer tanto e afinal não existir nada, e de te comer e ficar com tanta fome, como se o deserto...

O deserto está nos corpos? Ou nas almas? E as almas? Onde estão as almas? Dizem que sou insatisfeita compulsiva. Sei lá o que é isso do compulsiva.
mas insatisfeita, estou. Isto está errado. Está errado, porque a vida é muita e não cabe. E eu sinto dor. E não sei a quem dizer, mas sinto tanta dor de não estar morta. De não estar viva por não estar morta. E eu queria estar morta, para parar de sentir estes nervos, esta coisa que não sei dizer a ninguém nem sequer a mim. A mim eu digo, mas depois não compreendo, e tu...

Tu apareceste e não viste nada. Mas eu vi-te. És a solução errada de tudo o que está certo. E sei que não vai dar, mas se desse... Se desse, a dor... Matei um veado em sonhos, e o veado era eu, era uma corça, e estava com cio, as corças... um dia ouvi, numa floresta, o grito dos veados com cio, e era tão parecido com isto. Isto não sei que nome tem. Mas não é morte. Também não é vida. É dor, pronto. Apareceste e não viste a dor. E abracei-te com tanta força, e quis morder-te para sentires dor, mas não mordi. Nunca mordo.
Nunca morro. Nunca sei.

Estou a cair, e nunca sei cair, e tu abraçaste-me. Dei-te o meu corpo, e não deste pela dor. Como é possível? Acho que te amo. Sei que estou morta e que te amo, como o grito do veado, como o volante do meu carro quando acelero, como as curvas perigosas, como a melancolia, como a dor.

E se me abraçasses. Era tão diferente se pudesse ser diferente. Estou tão confusa porque sinto dor. Tão confusa. Não sei quem matar. Já estou morta, não sei quem matar. E se me matasses. E se me abraçasses, e me matasses, e eu te dissesse ao ouvido que a vida sem dor é que é, com música, com música, que surdo, que surdo que isto tudo é...


Manuel Cintra

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Boa noite

E ele ali tão perto... Com um daqueles amuos que ninguém sabe ao certo de onde vêm.
Cheguei tarde da minha formação, mas ainda com trabalho para terminar, dos putos nem sinal (soube que o mais novo foi para a cama quase sem comer) e ele ali... à frente do pc, a cuscar na net, a jogar um joguinho de cartas e... a cuscar na net.
Sentei-me à frente do MEU pc e lá fui terminar o que não consegui no raio da formação.
De vez em quando um sorriso começava a chegar lá do outro lado.
E, mais de vez em quando ainda, um abanãozito na mesa.
A expressão lá foi desanuviando e a pressão também.
Era música que, do outro lado, se ouvia.
No entretanto um pedaço de chocolate criminoso e muito de vez em quando um "tens de ouvir isto" ou um "ouve só um bocadinho".
Que bom que há chocolate!
Que bom que há música!
O dia ainda vai terminar com uma boa noite e isso é tudo o que interessa.

domingo, 10 de maio de 2009

Amigos


Não acredito em melhores amigos.
Há amigos.
Damos e recebemos coisas diferentes a e de todos.
Não acredito em amigos de longa data.
Depois de os sentirmos como amigos a antiguidade não conta.
Não há amigos iguais e não os sentimos a todos como iguais.
Não gostamos de todos os nossos amigos da mesma forma.
Claro que fazemos distinções entre os amigos, há em todos algo de nós ou em nós algo de todos eles. Nunca há tudo de nós neles nem tudo deles em nós...
Acredito que temos amigos diferentes do que somos e sentimos.
Porque é que são nossos amigos?!
Porque há alguma coisa que invejamos (embora raramente, a inveja pode ser uma coisa boa) uns nos outros ou porque também se aprende e cresce com a diferença.
Não acredito no "amigo do meu amigo...".
Algumas vezes, o amigo do meu amigo continua a ser apenas isso mesmo. Caso contrário seria também meu amigo, porque nesta coisa de amigos ou se é ou não.
Acredito que um amigo possa deixar de o ser. Se quiser ou se quisermos. Nunca porque alguém o obriga.
Acredito em zangas e reconciliações entre amigos.
A amizade depende da reciprocidade.
Acredito que podemos cativar ao ponto de ganharmos um amigo e vice-versa.
Não acredito que os laços de amizade se criem num dia.
Acredito que há amizades que demoram a acontecer.
Sei que há amizades que se pressentem impossíveis ao primeiro contacto.
Não acredito em "meios amigos", não há mais ou menos amizade.
A amizade tem de ser inteira. Ou há ou não há.
A um estranho ajudamos quando precisa ou quando nos pede, isto não é amizade é solidariedade.
A um amigo não ajudamos, partilhamos soluções, recursos, emoções...
Temos segredos que guardamos dos nossos amigos,coisas parvas e pouco interessantes, e outras que não têm propriamente a ver connosco mas sim com terceiros que não queremos ver mal entendidos e injustamente julgados (porque são nossos amigos).
Aquilo que somos, a nossa essência, não a escondemos dos amigos. Não temos medo que nos leiam, não receamos que não nos compreendam. Porque, com os amigos, podemos sempre argumentar e tentar que nos entendam.
Acredito que a amizade acontece porque se quer e não por acaso.
Acredito que podemos querer ser amigos de alguém que conhecemos por um qualquer acaso.
Acredito que a amizade não se mede pela quantidade de amigos que se tem.
Os amigos não se coleccionam porque não podemos guardá-los em vitrines.
Os amigos guardam-se no coração e o coração não tem prateleiras.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Rapaz dos Retrovisores


Em todas as terras há pessoas diferentes, especiais. Tão especiais que se tornam como que símbolos dos lugares onde vivem. Todos os da terra os conhecem e aos forasteiros dão-se a conhecer.
Em Penalva havia um rapaz, nunca deixou de ser um rapaz, que alegrava todos, fazia os recados a quem lhe pedia, falava alto e nunca ninguém percebia à primeira o que dizia. Corria pela vila apenas porque não conseguia evitar aquelas corridas loucas.
Não fazia mal a uma mosca, mas alguns fizeram-lhe mal. Ensinaram-lhe que para ser um homem devia beber... e, para receber o que pensava ser atenção e respeito, aprendeu a beber. Acho que nunca chegou a perceber que esses não o respeitavam.
Há um homem que desde que percebeu que para ser feliz devemos fazer o que nos dá prazer começou a correr. Corre até hoje, todos os dias e ganha corridas. Ganhou a mais importante de todas, o respeito e a admiração dos seus conterrâneos.
Nos Açores encontrei outros assim especiais.
Os dois do mesmo lugar, coincídências...
Um, jovem, caminha pela terra com um aparelho estranho. Nunca soube se criação sua ou de outros. Chamei-lhe o rapaz dos retrovisores. Nunca o vi sem eles. Eram um dispositivo estranho, que segurava nas as mãos, com uns espelhos retrovisores adaptados. Um ano mais tarde, quando voltei a vê-lo já o aparelho era mais sofisticado e podia ser suportado pelos ombros o que lhe permitia libertar uma mão, que a outra estava ocupada com a "condução" (o rapaz não usava aquelas calças especiais que permitem uma melhor aderência ao volante e, na verdade, nem sequer conduzia sentado), mas como dizia, libertava uma mão que usava como telemovel. Sim, a mão era o telemovel.
No mesmo lugar, vivia uma velhinha, curvada pelo peso da idade, que caminhava devagar e que carregava sempre a mesma e enorme saca de sarapilheira que devia ter sido, um dia, castanha e que parecia pesada. Quase todos os dias a encontrava em Vila Franca do Campo. Um dia sentou-se à minha porta e quando nos viu chegar pediu desculpa e aproveitou para perguntar se eu tinha um balde. Percebi a urgência, expliquei-lhe que não tinha um "balde" mas algo parecido e convidei-a, desculpando-me, a subir a escada íngreme para chegar à casa de banho. Temi que recusasse. Não... aceitou e agradeceu.
A senhora está à espera de alguém? (Pensei, pois ela estava sentada num degrau duma casa na rua principal, só podia esperar alguém)
Claro que esperava, uma boleia incerta com nome e tudo mas só porque às vezes passava por ali àquela hora. A última camioneta já tinha sido perdida à conta desta boleia incerta ou de outras, importante mesmo era evitar o gasto do bilhete. Alguém havia de passar e levá-la de volta ao lar.
E se não vier, como fará?
Vou a pé, mas alguém há-de passar.
E não é que tinha razão?! Por algum motivo ela tinha pousado à minha porta!
Venha lá, que eu levo-a. Onde mora?
Em Água de Pau.
Céus, a sete ou oito km dali. E esta velhinha aventureira percorria-os a pé, MESMO, porque já a tínhamos visto outras vezes à beira da estrada.
Lá peguei na saca de sarapilheira que pesava, ao que me pareceu, uma tonelada.
A caminho do carro lá tive de ouvir o taberneiro dizer:
Vás incomodá a senhôra, porque não foust na camiunét?!
Pelo caminho interrogou-me acerca da família. Disse-lhe que tinha três pequenos.
Nan se qué más... Nan se qué más, q'rida!
Vou voltar aos Açores...
Gostava de voltar a ver estas personagens.
Estou curiosa...
Será que o rapaz dos retrovisores já tem um telemovel?

domingo, 3 de maio de 2009

Vazio


Cento e vinte e três dias de 2009 estão passados, ou quase. Destes, alguns deviam ter sido especiais, alguns foram... nem todos pelas melhores razões.
Pela amostragem, 2009 será ano de colheitas más embora a sabedoria popular preveja bom pão e vinho. Mas nem só de pão vive o homem e, por mim falo, eu não consigo viver só com isto. O que resta é pobre e começo a sentir-me desnutrida.
A tolerância é o nutriente maior na cadeia alimentar do espírito e começa a escassear. Tem sido tão rara que já não me lembro do que seja. Não a sinto, não a manifesto... Devo ter esgotado todas as reservas...

quarta-feira, 29 de abril de 2009


"Estou aqui não porque deva estar, nem porque me sinto cativo nesta situação, mas porque prefiro estar contigo a estar contigo a estar em qualquer outro lugar no mundo." Richard Bach

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Preconceito

É de Marc Besas e esteve no Fantasporto, com direito a prémio e tudo.
Descobri tarde...


The Legend of the Scarecrow from Carlos Lascano on Vimeo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Mãe(s)


Vou a Penalva.
Quero ir.
Quero sentar-me ao pé da campa da minha mãe.
Não queria precisar deste ritual.
Que me perdoe o meu pai.
Mas é a falta dela que me dói.
Ela esteve cá para atenuar a dor da ida do meu pai.
Agora penso, quem a ajudou a ela quando chegou a hora dele?
A minha mãe gostava de mim. Eu sei que gostava.
Começo a esquecer-me de me lembrar de lhe telefonar sempre que faço um cozinhado dos dela.
E eu não queria esquecer-me.
Apesar de tudo, quando pensava, vou telefonar à mamã, a sensação acabava por ser boa porque me lembrava das suas palavras.
Também podes fazer assim, ou daquela outra maneira... e se ela dizia, estava dito.
Por ela sabia as notícias da família, dos amigos, dos conhecidos e dos desconhecidos(conhecidos dela), da vila.
Agora ficou a minha madrinha.
É ela que me faz o relatório do que se passa por lá.
Dá-me aquelas coisas saudáveis que a terra também dava à minha mãe.
Foi ela que me ficou no lugar da minha mãe. Não é isso que as madrinhas devem ser?
Nunca antes tivemos uma relação tão próxima.
Saberá ela dos medos de minha mãe?
Ficou a tia Teresa, irmã mais velha das duas, para receber o meu mimo (escasso).
Ficaram as duas para me dar um pouco da minha mãe.
Não me despedi da minha mãe.
Nunca disse adeus.
Faz-me falta a minha mãe.

segunda-feira, 30 de março de 2009


Lembro-me de, há muito tempo, mesmo bastante tempo,ter escrito qualquer coisa sobre relações abertas.
Um destes dias, alguém me disse que alguém tem uma relação aberta.
O que é isso?!
Sabes?!... Estão juntos mas cada um pode estar com outras pessoas quando quiser.
Ah! É isso?!
Então estão juntos porquê?
Porque é que não podem ser, um para o outro, outra pessoa com quem querem estar de vez em quando?
Percebem?
Eu, mesmo assim, não percebo.
Talvez seja velha demais para isto.
Talvez a culpa seja do que aprendi.
Mas... se quisesse estar com outra pessoa não precisava de viver com uma primeira.
Viveria sozinha e quando quisesse companhia procurava-a.
A não ser que haja algum tipo de benefício desta relação...
Eu achava que uma relação aberta era aquela que nos permitia ser transparentes e esperar do outro a mesma transparência.
Pois se eu posso dizer tudo o que penso, queixar-me de tudo o que me aborrece, amuar quando me apetece,dizer não quando não quero, dizer sim quando quero, pedir quando preciso, gritar, chorar, rir... não terei eu uma relação aberta?
Se mantenho uma ligação mais intima com várias pessoas ao mesmo tempo, mesmo com a concordância de todas, então eu não tenho uma, mas várias relações, mesmo que abertas.
Não engano ninguém (?),elucido todos à minha volta da minha opção mas, perdoem-me, não mantenho UMA relação.
Verdade, verdadinha, eu até acho que nem existe isso de relação aberta. Nem duma forma nem doutra. Há sempre alguma coisa que se esconde (e nem falo de mentira, falo de omissão).
Não, também não sou crédula ao ponto de acreditar no amor eterno. Mas acredito que as relações entre duas pessoas só podem resultar se houver amor.
E também não acredito em relações em que só um ama nem que se alimentem só de amor.
E também já não acredito que possamos confiar sempre a 100% no outro.
Acredito que podemos escolher confiar.
Não acredito que as relações se construam ou desmoronem por causa de um elemento alheio a ela.
Acredito que uma relação entre duas pessoas depende apenas delas próprias.
Perdoem-me os liberais (perdoe-me eu mesma) se me engano, mas homem que viva comigo não gosto de partilhar ( em termos íntimos falando, of corse).
Se me dou por inteiro não espero menos que isso.
E, por enquanto, escolho confiar que assim é.
Acho que a humanidade fez um caminho que incentiva o facilitismo. E este tipo de relações abertas é consentâneo com a teoria da preservação da espécie.
Simples e eficaz na maioria das vezes.
A relação monogâmica é cada vez mais difícil de construir e alimentar.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Perfume


Porque será que tenho tanta dificuldade em memorizar as caras das pessoas com quem me cruzo?!
Lembro-me do tempo em que bastava um olhar para fixar a fisionomia de alguém.
Quando e se nos voltassemos a cruzar eu saberia dizer onde e quando tinha visto aquela pessoa.
Hoje já não consigo esta proeza.
Hoje vi... amanhã não lembro...
É como se , de repente, perdesse qualquer capacidade de discriminação visual.
Todos são iguais, todos são diferentes.
É-me indiferente que sejam uma coisa ou a outra.
Os nomes das pessoas... os nomes são mesmo difíceis.
Só consigo fazer corresponder um nome a um corpo depois de bastante tempo.
Mas, pensemos um pouco: um nome pode representar quase nada.
O mesmo nome é usado para indicar tantas pessoas!!
Os nomes (perdoem-me os que valorizam esta questão) são quase como que etiquetas, rótulos.
Se não estamos familiarizados com o conteúdo do frasco, recorremos ao rótulo (Ah!!! isto são oregãos, bolas, são parecidos com o mangericão!).
Se sou eu que faço o doce de tomate nem etiqueto o frasco. Fui eu quem fez! Fui eu quem embalou! Doce de tomate até é comum em casa!...
Acho que acontece o mesmo com as pessoas.
Quando consigo apoderar-me, por pouco que seja, da sua essência já consigo fazer corresponder os dois.
Já com os cheiros a relação é diferente.
Há pessoas que têm cheiros que são só delas.
Há cheiros que são de muitos.
Há cheiros que são únicos, tão únicos que os "colamos" a alguém.
Água de colónia perfumada com rosas lembra-me a minha mãe.
Durante muito tempo (os perfumes duravam uma vida com a minha mãe) recordo o frasco transparente da água de rosas que punha ao Domingo para ir à missa ou em alguma outra ocasião especial.
Há pessoas que usam o mesmo perfume durante tanto tempo que se confundem com eles.
Lá voltamos à vaca fria: não sei os nomes dos perfumes nem dos seus criadores, conheço-os pelos que os usam.
Há o perfume da Dina.
E o da Anabela (que aposto é o mesmo depois de dez anos sem a ver).
E o da Marta.
O da Lenea, que tem a particularidade de ainda se sentir suavemente no nosso quarto dos amigos.
E há o cheiro da minha mãe.
Até eu já tenho o MEU perfume, porque nunca usei outro até ao dia em que me atraiu numa loja em Paris.
Até já há quem o reconheça, de facto, como o meu cheiro (o que me deixa bem feliz).
Mais cedo ou mais tarde, acabo por descobrir o odor de cada pessoa que se demora na minha vida.
Há pessoas que não têm cheiro.
Nem bom... nem mau...
E quando alguém, subitamente, deixa de me cheirar...
Não vai demorar-se...
Conclusão?
Tenho a memória directamente relacionada com o olfacto?!



quinta-feira, 26 de março de 2009


Um destes fins de semana encontrei-me com alguns Bloggers.
Não costumo visitar muitos blogues, a menos que tenha tempo e sossego antes do cansaço acabar com qualquer capacidade de interpretação (coisas da PDI) ou do tempo que a espera demora para acabar e se tornar... qualquer coisa mais agradável.
Também não costumo escrever muito, como sabe quem passa por aqui...

Adiante..

Como dizia, tive um encontro algo inesperado com gentes da blogoesfera.
Um deles (por acaso, uma ela) disse: "Acho que as pessoas me visitam (entenda-se: no Blogue) porque escrevo todos os dias."
Engano seu...
As pessoas só a visitam porque escreve bem, ou devo dizer, muito bem?
Passei por lá e, valha a minha opinião o que valer, gostei da forma como escreve, como descreve, invejei como sente e faz sentir.
Por mim, quando crescesse nesta coisa dos blogues, se algum dia crescesse, também gostava de ser assim.
Talvez... um dia... consiga escrever todas os meses...
Todas as semanas...
Só já perdi a esperança de conseguir ser uma princesa.

quinta-feira, 19 de março de 2009





Porque hoje o dia era do PAI...

Tem mão para a cozinha, o rapaz.

domingo, 15 de março de 2009



Afinal havia outra... razão para a ausência de acentos nas palavras.

Papel e caneta e (acento agudo) que e (acento agudo)


Amigos...
Amigos dos amigos...
Foi assim que começou o meu fim de semana.
Blogue puxa blogue, Ttwiter puxa Facebook, passando pelo Messenger e la confirmei que destas coisas pouco ou nada sei.
Hoje puxa amanha e la resolvi vir dar uma volta pelos bloguitos ca de casa. Determinada, la me deixei levar na onda e pus-me a escrever. Foi so preciso uns segundos para ficar com vontade de mandar isto tudo a uma certa parte.

O QUE E QUE SE PASSA COM ESTA TRETA?!

Entao o acordo ortografico ja esta em vigor e com actualizaçoes (perdao, atualizaçoes)???
E que eu nao consigo acentuar nenhuma palavra. Isto e normal?
E uma falha grave que agudiza a minha relutancia em escrever.
Um nao sem til nao e um nao.
Um e por acentuar nao e um e, e um e.
Percebem?!
Estou ffff...ula.
Sera do computador?
Sera do programa?

Serei eu que sei menos disto do que me deixaram a pensar ontem???

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Janeiro, 16


A BEA JÁ ANDA!

A Bea anda porque quer muito andar.

A Bea anda porque tem uma família que lhe mostrou trilhos de coragem, de perseverança e de fé.

A Bea anda porque já construiu uma estrada de alegria, risos e ternura que vai amortecer qualquer queda.

Anda porque está cansada de esvoaçar... sim, porque para a Bea, ANDAR é VOAR.