quinta-feira, 9 de abril de 2009

Mãe(s)


Vou a Penalva.
Quero ir.
Quero sentar-me ao pé da campa da minha mãe.
Não queria precisar deste ritual.
Que me perdoe o meu pai.
Mas é a falta dela que me dói.
Ela esteve cá para atenuar a dor da ida do meu pai.
Agora penso, quem a ajudou a ela quando chegou a hora dele?
A minha mãe gostava de mim. Eu sei que gostava.
Começo a esquecer-me de me lembrar de lhe telefonar sempre que faço um cozinhado dos dela.
E eu não queria esquecer-me.
Apesar de tudo, quando pensava, vou telefonar à mamã, a sensação acabava por ser boa porque me lembrava das suas palavras.
Também podes fazer assim, ou daquela outra maneira... e se ela dizia, estava dito.
Por ela sabia as notícias da família, dos amigos, dos conhecidos e dos desconhecidos(conhecidos dela), da vila.
Agora ficou a minha madrinha.
É ela que me faz o relatório do que se passa por lá.
Dá-me aquelas coisas saudáveis que a terra também dava à minha mãe.
Foi ela que me ficou no lugar da minha mãe. Não é isso que as madrinhas devem ser?
Nunca antes tivemos uma relação tão próxima.
Saberá ela dos medos de minha mãe?
Ficou a tia Teresa, irmã mais velha das duas, para receber o meu mimo (escasso).
Ficaram as duas para me dar um pouco da minha mãe.
Não me despedi da minha mãe.
Nunca disse adeus.
Faz-me falta a minha mãe.

1 comentário:

José Pedro Viegas disse...

... e que nos acompanha pela vida fora. Amanhã, depois, outro dia qualquer, recordas com saudade e de repente sentes um puxãozinhi de sorriso no canto do lábio. É ela a fazer-te sorrir. Feliz por te saber e por te ter sempre presente.

memories

JP