sábado, 5 de maio de 2007

Mentira

É mentira que a saudade mata. A saudade faz-nos recordar o que foi bom. Hoje passei-me, fiquei triste e liguei o rádio e ouvi musicas dos meus tempos de ouro (todos temos um tempo que é de ouro). Foi fantástico, os miudos nao acharam muita piada mas condescenderam e não mudaram para a rádio cidade. Mais tarde, alguns afazeres domésticos e lutas com os sonos do Tomás e do Miguel mais tarde, consegui vir à net. Fui pesquisar... Achei as Capelas e recordei... Essa terra que me acolheu quando, sem saber se tinha feito a escolha certa, cheguei para trabalhar. Quando voltei, trouxe comigo o cheiro que detestei durante tanto tempo mas que hoje, sempre que sinto, me tras memórias valiosas. Terra que foi a primeira a ver os meus rapazes apaixonados. Terra que foi a primeira do Tomás. Terra que me viu levantar e começar de novo. Que saudades... Saudades do cheiro mau e dos cheiros bons , da luz diferente todos os dias, da paisagem de cortar a respiração, da pimenta da terra, da morcela com ananás, do pé de torresmo, da broa da Antonieta, do convívio no Larico, das Amigas, das Comadres, do Espírito Santo, do Fervedouro da Dina, do recheio de D. Senhorinha, do inhame, do riso do Aires Jr, do Halloween, do cherne, das canções entre amigos a volta da mesa... saudades, sobretudo, da sensação de integração plena. E digam lá se a saudade mata?! Nós é que temos de matar a saudade... recordando.

28janeiro2007

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